Quando surgem momentos difíceis na vida de Clark,  é sugerido todo um aprendizado espiritual na situação.  Será uma grande oportunidade de aprender sobre ele mesmo. Com  o tempo Clark  entende que as perdas só o beneficiaram, só abriram caminhos para coisas novas, só renovaram a sua vida. Claro que durante a dificuldade  há uma visão mais pessimista, ele  se sente mais encurralado, soa com perda, porque é uma coisa meio que imposta, não há opção e carrega sempre um peso, uma  sensação que ele colaborou, fez acontecer.
Luto e Aceitação - contato ou período de luto que é fundamental  para Clark e viver em todo esse momento. Ele  tem que passar por um período de luto e  quando ele não sabe fazer o luto, sofre mais.
Quando Clark se nega a fazer o luto,  se nega a experimentar a dor, encarar e acolher a sua dor, dar espaço para ela, quando ele se  exclui, foge,  sai pelo mundo e acha  que tudo vai passar, ele só piora a situação. 
Para Clark  isso é proibido, ele tem que fazer o mergulho, se recolher e fazer o luto que só assim as coisas vão mudar de dimensão. Existe um  livro da Donna Cuningham, de astrologia que fala  de plutão,  fala muito sobre esse luto que tem que ser vivenciado, tem que aceitar o obscuro, a vida tem um período de claridade e um período de obscuridade e se você não sabe aceitar isso você só prorroga a sua estadia na escuridão. 
Alquimia e Regeneração  -  é  conseguir  fabricar o remédio, antídoto para  Clark se regenerar,  pois ainda permanecem com as toxinas, estagnadas, cheias de mal, mágoas, ódio, rancor, medo. 
Só existe 2 formas de Clark  sair dessa situação : regenerado, renovado, alquimizado  ou amedrontado, magoado, doente, raivoso. Quando  ele passa a  encara os acontecimentos de frente, sem fuga, acontece  uma tremenda alquimia porque não há  nada  lhe  traga mais  força, mais capacidade, mais consciência do seu poder pessoal do que a consciência. A função de toda essa dor na vida de Clark  é fazer com que ele entenda qual é o seu poder pessoal. E a cada lambada que ele vem levando,  vem  trazendo uma luz para que ele se torne um ser de poder. Alguns usam isso para se tornarem escravos do poder, há sempre um dilema, um problema  quando se fala de poder, porque  o ser humano em geral não está preparado para tal assunto e muitas vezes ao terem consciência do seu poder usam de maneira errada revidando, humilhando, tiranizando, com isso não aprenderam nada, não entenderam nada ao agir com toda má intenção, ao passo que Clark não é humano, e ele tem a oportunidade de entender  e perceber como  tudo que ele passa foi importante, necessário ter sido humilhado, massacrada, ter perdido  pessoas que ele amava, valores para que ele pudesse resgatar algo muito profundo e que os outros não  tiveram culpa nenhuma disso porque foram apenas instrumentos. O  acontecimento na vida de Clark vem para detonar um processo muito maior e alguns seres são apenas instrumentos para lhe  fazer um favor. Não há outra possibilidade de entender a vida  de Clark, se não através desse enfoque. 
Despertar e revelação -  Todo esse sofrimento de Clark vai  despertar algumas coisas e revelar outras, tem uma função dupla, desperta um  potencial, algum poder  e revelam situações que então para Clark  eram desconhecidas.    
Clark se  vê obrigado a conviver com o que há de pior e mais podre na natureza, seja ela humana, material, ou o que  for. Não tem como colocar Clark  em contato com esse submundo  para mais adiante poder limpar esse submundo sem que ele encare e reconheça esse mundo. É a oportunidade de fazer a história de maneira diferente, é muito difícil passar por toda essa crise e não se ter à idéia de resgate,  todo esse contato com coisas que entram em sua  vida e ele  não tem como evitar, controlar, fugir ou desviar. Com coisas que terminam, encerram um ciclo para que haja a renovação.
A “ bela e a fera”  representa bem essa  dinâmica, mostrando a fera que há dentro de cada um. Ao entender a história, percebemos que até um monstro horroroso pode não ser tão feio assim.  Esse lado que aparenta ser terrível deixa de ser fera quando aceitamos que ele existe e é parte integrante do nosso ser. O amor foi capaz de fazer a transformação na fera, através da bela. Outra grande lição do conto é que nem sempre o feio é mau e o belo é bom. A fera  conseguiu sua metamorfose , ao passo que Gaston ( o bonito rapaz da vila) se identificou tanto com sua aparência que não buscou  melhorar sua essência. O perigo mora aí: na perda do contato com o âmago. Como foi o caso do Médico e o monstro ( Jekill e Hide), onde a substância  da síntese do ser foi desconectada. 
A primeira vez que Clark  teve contato com o que há de mais feio : podridão, feiúra, lado negativo, com aquilo que te faz mal e que o obrigou a  cometer um ato ilícito, foi contra sua vontade, chantageado pelo policial corrupto Phelan, que ameaçou sua família e adisse  que falaria para o mundo de seus poderes, tornando-o uma aberração ou uma cobaia. Clark então, contra vontade arrombou um apartamento para pegar documentos de um cofre.  (1.09)
Clark tem seu primeiro ato de revolta, quando o xerife  resolve levar seu pai preso, acusado de um assassinato que ele não cometeu,  uma cilada de Phelan. (1.09)
Clark desperta seu ódio e pensa pela primeira vez em matar alguém:  Sam Phelan 
Nesse episódio seu pai na cadeia conversa com ele, dizendo que ele não pode se deixar levar  pela raiva e pela fúria, porque uma vez que Clark cruze essa linha, não terá volta.   Seu pai ainda adverte que Clark terá que se preparar porque “ ... infelizmente há mais que um Phelan  lá fora no mundo” (1.09)
Phelan usa todas as questões emocionais para chantagem, manipulação e corrupção. E Clark passa a  se ver vítima de um jogo,  situações em que  ele não gostaria de ter que fazer. E o Clark não é do bem apenas porque  é politicamente correto dizer que  "o bem sempre vence no final", mas porque, justamente com estes super-poderes, ele é capaz  moldar o espírito de uma maneira que ele se tornasse realmente incorruptível.  Ele foi  criado na  mais polida ética, não ficou tentado em  dominar o planeta inteiro, mesmo tendo tamanho poder para isso.
Clark é  plenamente consciente dos elos que fazem mal, mas  nesse caso ele   não tem muita escolha.
A luz desperta a sombra
O astrólogo Antônio Harres (Bola) diz que a “ a terra é um hospício.” Na sua opinião,  “Eles” lá em cima” mandam um médico no hospício para dar uma receita para os loucos, ai é Buda, Khrisna, Jesus, mas só que os loucos são tão revoltados  em abandonar suas doenças que eles pegam e matam os médicos, pregam ele na cruz.
Ele deu o exemplo  de pessoas  que pregam a paz, como aconteceu com Gandhi e com o Papa, são pessoas que acabam atraindo o oposto. A luz desperta a sombra. Mas quando voltamos o rosto para o sol, a sombra fica para trás...
E se for de uma forma muito radical, acaba numa situação dessas; em meio a violência, que no caso de John Lennon, mesmo após mais de 20 anos de sua morte, ainda não existe controle das armas de fogo nos Estados Unidos. Apesar de sua mulher, Yoco, passar anos militando para tentar modificar isso.
As crianças  e todas as novas gerações irão herdar algum mundo, este será um pouco mais difícil de se viver do que aquele que conhecemos, e continuarão essa eterna batalha.
“ O esforço de tentar sermos humanos melhores é sempre louvável... Mas esse apelo também não é novo: o amor ao próximo Krishna já o ensinou a Arjuna nos Vedas; o filho de um carpinteiro da Galiléia já o praticou dois mil anos atrás até o extremo do sacrifício de si mesmo; Buda o realizou na compaixão por todos os seres; Platão idealizou na República a sociedade justa e perfeita para os homens; Thomas Moore preconizou na Utopia a possibilidade da igualdade entre as classes que lhe valeu ser considerado o pioneiro do socialismo a ponto de se tornar o único santo católico a ter estátua em Moscou; Beethoven imortalizou na Nona Sinfonia, primeira e única obra musical a ser enviada para além dos limites do sistema solar num disco digital na nave Voyager, que se encerra com o coral entoando o poema de Shiller - Ode à Alegria - onde só a fraternidade pode dar verdadeira felicidade ao homem; Mahatma Gandhi demonstrou o quanto a não violência é capaz ao expulsar um império colonial e devolver a independência à Índia e por último, mas não finalmente John Lennon tornou hino a possibilidade da humanidade viver em paz na canção Imagine.” Antônio Harres (Bola)
O que fizeram esses homens  lutar por um mundo de paz?
Todos eles contemplavam a natureza, tinham pleno contato com ela, no sentido de seus cheiros, ouvindo seus inúmeros sons, a música produzida por uma orquestra de cachoeiras,  ventos, o tilintar das árvores, o canto dos pássaros, além do tato  ao pisar o solo úmido pelo orvalho, o olhar o verde das florestas , os astros brilhando no céu... .
Quando vemos um momento particularmente belo, como a luz da lua refletida no mar ou  vê um pôr-do-Sol rosáceo extremamente bonito, o estado emocional se altera. Uma aurora  espetacular  inspira de tal forma que pode nos fazer levitar! Quando ficamos em contato com algo tão sublime por alguns segundo nos  tornamos  alguém melhor. Quando agente para ler a natureza , temos a chance de  aprender coisas que levaremos  para o resta da sua vida. 
Suponha que por um instante  é realmente possível alguém voar. Voar a alturas inimagináveis, a lugares nunca alcançados, a distâncias  infinitas...  agora suponha que nesse ensejo de desvaneio  a sensação  que o alçar desse vôo  completo  no vazio  pode produzir...  sem ruídos ou barulhos, em total paz e silêncio, e ela fosse  adentrando o espaço  olhando a  distância  nosso planeta, mas com uma visão tão potente que não precisasse de nenhum  tipo de lente para enxergar as minúcias da terra, caso ela quisesse.  E no  estado mais absorto e contemplativo, em uma reflexão silenciosa tivesse essa oportunidade  de acalmar o espírito. Então,  focalizasse  bosques dourados  pelas folhas do outono,  ondas do mar quebrando nas rochas , golfinhos dançando no oceano, icebergs se formando com lindos cristais, dunas no deserto e vulcões   com o sangue fervente da terra .   Ao passar por essas experiências  a alma desse ser   adquiriria qualidades  e atributos tão fortes que iriam formar  um caráter jamais imaginado.  Esse é o Superman, com a índole lapidada  pelos mais belos encantos da natureza,  depois de estruturado com as lições de nobreza  e dignidade  de seus pais.  Talvez assim consigamos entender porque ele não mata, e salva até o mais cruel e insensível ser humano.   Quiçá seja por isso que não só as crianças o admirem, mas também nós os adultos, necessitamos  acreditar que um herói assim existe.
quarta-feira, 3 de março de 2010
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